Meta climática exige investimento de US$ 1,7 bi até 2025

Cumprir a meta climática brasileira em 2025 exigirá investimentos acumulados de US$ 1,7 bilhão de 2018 a 2025. Para o compromisso de corte de emissões em 2030 será importante que o Brasil tenha um mecanismo de mercado, como um imposto sobre carbono ou mercado de créditos de carbono.

As conclusões estão em estudos do projeto “Opções de mitigação de emissões de gases de efeito estufa em setores-chave do Brasil”, da ONU Meio Ambiente e Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC)

Trata-se de um projeto de cinco anos que buscou identificar as opções de mitigação de gases-estufa e os impactos na economia. Foram mapeadas as oportunidades de redução de emissões em 14 setores da economia como mudança no uso da terra, construção civil, transportes, energia ou resíduos, entre outros.

A análise identificou, por exemplo, grande potencial de reutilização do calor de caldeiras na indústria química, a troca de combustíveis no setor de cimento ou melhores técnicas para recuperar pastos degradados. “São investimentos que têm retorno”, diz Márcio Rojas, coordenador-geral do Clima no MCTIC. “Quando se fala em investir em eficiência energética, por exemplo, significa ter menos gastos com combustível.”

O estudo tem um diferencial – é uma análise integrada das diferentes opções de mitigação. “Isso é importante. Poderia ser pensar em 100% da eletrificação de carros, mas haverá como suprir de forma limpa tal demanda por geração elétrica?” explica Rojas. “Porque se não tiver, o sistema irá ligar térmicas que emitem muito mais”. O estudo traça modelagem de emissões até 2050.

A intenção do projeto é trazer dados que tornem viável a economia de baixo carbono no Brasil. “É um projeto inovador”, diz Denise Hamú, representante da ONU Meio Ambiente. “Diminui a distância entre governo, setor privado e academia, trazendo mais homogeneidade nos dados e informações sobre o tema, além de ser uma oportunidade para engajar representantes dos ministérios em discussões especializadas e contribuir na formulação de políticas públicas sobre mudança do clima”, disse ela, em nota à imprensa.

“Os estudos são um subsídio robusto para que o Brasil elabore uma estratégia de implementação de sua meta climática”, afirma, do MCTIC.

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