Novas oportunidades de financiamento incentivam o mercado de renováveis

A produção de energia através de fontes renováveis e sustentável é um assunto bastante mencionado nos dias atuais. No entanto, a questão do custo ainda assombra investidores do setor.

Em detrimento dessa questão, importante trazer à tona iniciativas como a do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) voltada à captação de recursos “títulos verdes” (green bonds) no mercado internacional para apoiar projetos ambientalmente sustentáveis de energia eólica (e solar). A estrutura do green bond do BNDES baseia-se nas diretrizes do “Green Bond Principles”, desenvolvidas por um comitê de emissores, investidores e outros participantes de mercados de títulos verdes que consideram quatro componentes como principais: (i) uso dos recursos; (ii) processo de avaliação e seleção dos projetos; (iii) gestão dos recursos; e (iv) divulgação de relatório.

No que diz respeito ao componente de avaliação e seleção desses projetos, toda concessão de apoio financeiro será submetida a uma avaliação de impactos ambientais, sociais e de aspectos financeiros, a qual levará em consideração diretrizes como: conformidade com as normas ambientais brasileiras, em especial de licenciamento ambiental; lista de projetos verdes elegíveis aprovados pela Diretoria do BNDES; e ainda, caso haja necessidade de substituir um projeto, aprovação do mesmo pelos superintendentes das áreas de energia, gestão pública e socioambiental, financeira e internacional.

O financiamento por meio de títulos verdes pode ser buscadp por empresas/empreendimentos que tenham como objetivo, a produção e difusão de conhecimentos e tecnologias voltados para o desenvolvimento de energia renovável, em que os processos e produtos sejam baseados no uso sustentável dos recursos naturais.

Em maio de 2017, o banco lançou no Rio de Janeiro o seu primeiro Relatório Anual Green Bond, apresentado informações a respeito dos oito projetos de geração de energia eólica, localizados em seis estados: Bahia, Ceará, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul, que foram apoiados pela arrecadação de recursos. Destaca-se que o BNDES foi pioneiro na emissão desses documentos.

À vista disso, as geradoras de energia a partir da fonte eólica, por exemplo, vislumbram na estruturação de novos modelos de financiamento, uma oportunidade de avançar no mercado livre de energia, considerando que as contratações reguladas estão reduzidas. Ademais, a iniciativa do BNDES também já tem incentivado outros bancos de desenvolvimento como, por exemplo, o Banco do Nordeste, o qual inicia estudos para apresentar um modelo de financiamento que também inclua a negociação no mercado livre.

Por fim, vê-se que investidores do setor vêm a iniciativa com bons olhos, e como uma aposta de que investimentos no âmbito da energia eólica se tornarão cada vez mais frequentes, incentivando contratos de curto prazo, e fomentando o mercado de energia renováveis.

Por Bruna Barbosa

Postado dia 26/06/2018

Facebook Comments

Newsletter

Cadastre-se para receber nossa newsletter e fique a par das principais novidades sobre a legislação ambiental aplicada aos diversos setores da economia.

× Como posso te ajudar?