Cresce número de empresas que reporta emissões de CO₂

O número de grandes empresas que reportam suas emissões de gases-estufa continua crescendo no Brasil. Em 2016 foram 142 empresas a fazer seus inventários de emissões. Eram 136 no ano anterior.

O diagnóstico está no relatório da nona edição do Programa Brasileiro GHG Protocol, que será divulgado hoje em São Paulo. O volume de emissões das empresas, contudo, é quase 50% maior que no ano anterior, puxado pela volta da Petrobras ao sistema. Ela havia abandonado a iniciativa em 2012.

As 142 empresas representam 13% das emissões nacionais, descontadas as emissões de uso da terra e florestas (ou seja, desmatamento). O grupo emitiu 155,9 milhões de toneladas de CO2 equivalente (tCO2 e), a medida que padroniza os gases-estufa pelo de maior volume na atmosfera, o gás carbônico. No ano anterior o volume foi de 100 milhões de toneladas de tCO2 e. O crescimento foi puxado pela volta da Petrobras.

Empresas que contabilizam e tornam públicas suas emissões de gases-estufa começam a se movimentar para aproveitar contrapartidas positivas que surgem do esforço voluntário. Paraná e Minas Gerais garantem descontos em taxas e prazos em licenças para as companhias que fazem inventário de emissões. São Paulo e Rio de Janeiro condicionam, em alguns casos, a emissão de licenças ambientais a empresas que tornam públicas suas emissões, explica George Magalhães, gestor do programa brasileiro GHG Protocol.

O programa GHG Protocol é uma iniciativa voluntária, de 2008, que incentiva a realização e publicação de inventários de emissões de gases de efeito estufa de empresas no Brasil. É o método mais usado no mundo para contabilizar as emissões de gases-estufa. Foi criado pelo World Resources Institute (WRI), baseado em Washington, e pelo World Business Council for Sustainable Development (WBCSD). No Brasil, a metodologia foi adaptada pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (FGV-GVces).

O relatório contempla 18 setores da economia. Uma importante discussão este ano será a modificação de regras para reportar energias renováveis nos relatórios. “O nosso foco de debates em 2017 está todo voltado para energias renováveis”, diz Magalhães. O método atual não premia as empresas que usam energia solar ou eólica, por exemplo – e o debate, agora, será de como fazer para que as companhias que usem energias limpas possam abater a prática em seu inventário de emissões.

O inventário é o primeiro passo para a transição das empresas à economia de baixo carbono.

Fonte: Valor Econômico

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