Novo chefe da agência ambiental dos EUA diz duvidar que CO2 é poluente

Indicado por Trump, Scott Pruitt afirmou não estar convencido de que emissões de dióxido de carbono estão levando a mudanças climáticas e vai contra consenso da comunidade científica

WASHINGTON – O novo chefe da Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, na sigla em inglês), Scott Pruitt, afirmou nesta quinta-feira que não está convencido de que o dióxido de carbono (CO2) emitido pela atividade humana é um dos principais fatores que estão levando às mudanças climáticas, dizendo querer que o Congresso americano decida se o CO2 é um poluente danoso que deve ser regulado.

Em entrevista à rede de TV americana CNBC, Pruitt também disse que o governo Trump fará um anúncio sobre padrões de eficiência no consumo de combustíveis por carros “muito em breve”, destacando que o presidente Donald Trump acredita que os atuais padrões foram estabelecidos às pressas.

Pruitt, 48 anos, é um cético das mudanças climáticas que processou a Agência de Proteção Ambiental que agora lidera mais de uma dúzia de vezes quando era procurador-geral do estado de Oklahoma. Ele disse não estar convencido de que a poluição por dióxido de carbono da queima de combustíveis fósseis como petróleo e carvão são a principal causa das mudanças climáticas, conclusão amplamente abraçada pelos cientistas.

– Acho que medir com precisão a influência da atividade humana no clima é algo muito desafiador de se fazer e há uma enorme discordância sobre o grau de seu impacto – declarou à CNBC. – Então não, não concordarei que ele é um contribuinte primário para o aquecimento global que observamos.

Durante sua campanha à Presidência dos EUA, Trump prometeu revogar regulamentações ambientais promovidas pelo ex-presidente Barack Obama, incluindo as com objetivo de combater as mudanças climáticas. Ele vendeu sua posição como visando os negócios nos EUA, incluindo as indústrias de exploração de petróleo, gás e mineração de carvão.

Cientistas imediatamente criticaram as declarações de Pruitt, afirmando que elas ignoram as muitas evidências coletadas ao longo de décadas que mostram que a queima de combustíveis fósseis é um fator principal das mudanças climáticas.

– Não podemos rejeitar esta clara e convincente evidência científica quando fazemos políticas públicas. Abraçar a ignorância não é uma opção – disse Ben Santer, climatologista do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, em um comunicado.

 Fonte: O Globo

Facebook Comments

Newsletter

Cadastre-se para receber nossa newsletter e fique a par das principais novidades sobre a legislação ambiental aplicada aos diversos setores da economia.

× Como posso te ajudar?