“Processo holístico que aspira a restauração e manutenção da harmonia entre os ambientes natural e construído, e a criação de assentamentos que afirmem a dignidade humana e encorajem a equidade econômica“, assim ficou definido o conceito de Construção Sustentável no âmbito da Agenda 21, instrumento de planejamento para a construção de sociedades sustentáveis em países em desenvolvimento.
O setor da Construção Civil, segundo o Conselho Internacional da Construção – CIB, é o que mais consome recursos naturais, utiliza energia de forma mais intensiva e, consequentemente, gera consideráveis impactos ambientais, portanto, para a objetivação do desenvolvimento sustentável global é necessário que este setor exerça um papel de protagonista.
Dentre os aspectos ambientais, além do consumo de matéria e energia, a construção civil gera impactos relacionados à geração de resíduos sólidos, líquidos e gasosos. Estima-se que mais de 50% dos resíduos sólidos gerados pelo conjunto das atividades humanas sejam provenientes da construção[1]. Inegável o número de obstáculos enfrentados pelo setor para alcançar uma tão sonhada construção sustentável.
Desta forma, para se chegar a um estágio de concretização da Construção Sustentável é necessária uma atuação estratégica, não apenas por parte do empreendedor, mas também é preciso que mudanças em termos de mercado, preços de produto, políticas setoriais e públicas, regulamentação e legislação.
Um dos mais significantes estímulos para o setor foi a aprovação do Projeto de Lei – PL n. 34/2007, através da Lei n. 12.836/2013, que alterou o Estatuto da Cidade (Lei n. 10.257/2001) prevendo o incentivo para construções de edificações urbanas que na fase de planejamento, execução das obras e uso das edificações, utilizem práticas ecologicamente sustentáveis, reduzindo o impacto ambiental.
Nesse sentido, deve se ter em mente que para um bom planejamento de construções sustentáveis o empreendedor deve considerar os seguintes pilares: eficiência energética (como exemplo, a utilização de energia eólica para bombeamento de água e de energia solar fotovoltaica, com possibilidade de se injetar o excedente na rede pública. sobre águas e esgoto); gestão econômica de água (coleta e utilização de águas pluviais, utilização de dispositivos economizadores de água, reuso de águas); gestão de resíduos; uso racional dos materiais; uso de tecnologias e produtos que não agridam o meio ambiente; e, claro, o aproveitamento dos recursos naturais disponíveis.
Por fim, com relação às áreas externas dos empreendimentos, ações que prevejam preocupação com o meio ambiente sustentável têm sido vistas com bons olhos pelos consumidores e investidores desses tipos de projetos. Assim, os projetos que preveem destinação de espaços para produção de alimentos e compostagem de resíduos orgânicos, o uso de reciclados da construção na pavimentação, aplicação de pavimentação permeável e a valorização dos elementos naturais no tratamento paisagístico e o uso de espécies nativas acabam sendo os mais procurados nos dias de hoje.
Por Alexandre Couto
Postado em 29/11/2016
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